Dengue: ES decreta estado de emergência devido ao aumento de casos

Por causa do aumento do número de casos de dengue nas últimas semanas, o governo do Espírito Santo decretou estado de emergência em saúde. O anúncio foi feito pelo governador Renato Casagrande, durante abertura da reunião de Acompanhamento da Situação da Dengue no Estado. 

O combate à dengue é uma questão crucial, especialmente nos condomínios, onde a concentração de pessoas pode aumentar o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Desde 1º de janeiro até o último dia 10 de fevereiro (último dado disponibilizado pela Secretaria Estadual de Saúde), foram registrados 19.088 notificações da doença em todo o estado. Na primeira semana do ano, foram 1.354 notificações. Na última sexta semana, subiram para 6.068. O aumento foi de 348%, ou seja, aumento de mais de 4 vezes nas notificações semanais registradas.

Ainda segundo o governador, além dos dois óbitos já confirmados em 2024, outras 11 mortes estão em investigação em território capixaba, por suspeita de terem sido causadas pela dengue.

O governador pontuou que, nas primeiras semanas de janeiro, os casos se mostravam mais contidos do que em 2023, mas houve uma escalada rápida no número de confirmações, que exige maior agilidade na tomada de decisões.

"Com base na realidade nacional, regional dos Estados e vizinhos, e o aumento dos casos de dengue nos últimos dias, nós tomamos a decisão de decretar situação de emergência. Nós conversamos com a Defesa Civil, com a Secretaria de Saúde, e vamos decretar hoje situação de emergência para facilitar a nossa ação de aquisição de materiais, facilitar nossa ação em repasse de recursos quando necessário, facilitar e flexibilizar a nossa ação e dar ao município essa possibilidade de tomar medidas de forma mais flexível. O decreto permite que a gente tenha mais agilidade e também que a gente passe para a sociedade a gravidade da situação que a gente está vivendo", declarou o chefe do Executivo estadual.

Combate nos condomínios
Os condomínios desempenham um papel fundamental no combate à dengue, pois são espaços propícios para o acúmulo de recipientes que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor. Locais como vasos de plantas, caixas d'água, pneus, garrafas e outros objetos que acumulam água parada são potenciais focos de reprodução do Aedes aegypti.

“Para prevenir a proliferação do mosquito e reduzir os riscos de transmissão da dengue nos condomínios, é essencial promover ações educativas e de conscientização entre os moradores. Campanhas de orientação sobre a importância de eliminar recipientes que possam acumular água parada, manter a limpeza de áreas comuns, realizar vistorias periódicas e adotar medidas de controle do vetor são estratégias fundamentais”, aponta o presidente do SIPCES, Gedaias Freire da Costa.

Além disso, a colaboração e o engajamento de todos os moradores são imprescindíveis. Ações simples, como verificar regularmente os locais suscetíveis à formação de focos do mosquito, evitar o acúmulo de água em recipientes diversos e descartar adequadamente os resíduos, são atitudes que fazem a diferença na prevenção da dengue.

Os síndicos e administradores de condomínios têm um papel crucial nesse contexto, pois podem liderar e organizar iniciativas de combate à dengue, estabelecendo cronogramas de vistorias, promovendo palestras educativas, incentivando a participação dos moradores e garantindo a manutenção adequada das áreas comuns.

Ademais, é importante ressaltar a relevância da colaboração entre condomínios, órgãos de saúde pública e demais instituições governamentais. A troca de informações, ações conjuntas de combate ao vetor e a implementação de políticas eficazes de prevenção são essenciais para enfrentar o desafio da dengue de forma mais abrangente e efetiva.

Em síntese, o combate à dengue nos condomínios do Espírito Santo requer uma abordagem integrada, envolvendo a conscientização dos moradores, ações preventivas constantes, apoio das lideranças condominiais e a colaboração entre diferentes setores da sociedade. Somente com esforços coletivos e medidas consistentes será possível reduzir efetivamente os casos de dengue e promover um ambiente mais saudável e seguro para todos.

Focos do mosquito estão dentro de casa
Cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas. Por isso é necessário seguir alguns cuidados importantes:

- Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado;

- Tirar água dos pratos de plantas;

- Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo;

- Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;

- Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

- Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.