Dengue: como combater esse problema?

O combate à dengue é uma questão crucial, especialmente nos condomínios, onde a concentração de pessoas pode aumentar o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. No estado do Espírito Santo, assim como em diversas regiões do Brasil, a dengue é uma preocupação de saúde pública, exigindo medidas preventivas e ações coordenadas para enfrentar esse desafio.

De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Espírito Santo, os casos de notificações de dengue têm apresentado variações nos últimos anos. Entretanto, os números de 2023 trouxeram preocupação ao grande número de notificações.

Entre janeiro e a última semana de novembro de 2023, o Estado registrou 185.174 casos da doença. No mesmo período de 2022, foram 17.922. Mortes pela doença também saltaram esse ano: 93 até o dia 30 de novembro. Em 2022, até o dia 26 de novembro, foram 5 óbitos. Esses números alertam para a necessidade de uma atenção redobrada e ações efetivas para conter a propagação da doença.

Ao longo de 2023, a Secretaria da Saúde (Sesa) promoveu e realizou iniciativas importantes no combate ao mosquito, e que foram intensificadas devido ao cenário epidemiológico da dengue no Espírito Santo.

“Vivenciamos, no primeiro semestre, uma epidemia de dengue, com o aumento de casos notificados não só desta doença, mas de chikungunya e Zika também. Nesse período, mobilizamos a criação de um Centro de Operações de Emergência (COE) para o enfrentamento às arboviroses, com ações articuladas em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). Os aprendizados e as ações bem-sucedidas ficaram como legado e continuamos a desenvolver novas propostas, como a instituição de uma Sala de Situação, voltada exclusivamente às arboviroses, a entrega de equipamentos aos municípios para o combate a vetores e o desenvolvimento cientifico de pesquisas”, destacou o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.

Os condomínios desempenham um papel fundamental no combate à dengue, pois são espaços propícios para o acúmulo de recipientes que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor. Locais como vasos de plantas, caixas d'água, pneus, garrafas e outros objetos que acumulam água parada são potenciais focos de reprodução do Aedes aegypti.

“Para prevenir a proliferação do mosquito e reduzir os riscos de transmissão da dengue nos condomínios, é essencial promover ações educativas e de conscientização entre os moradores. Campanhas de orientação sobre a importância de eliminar recipientes que possam acumular água parada, manter a limpeza de áreas comuns, realizar vistorias periódicas e adotar medidas de controle do vetor são estratégias fundamentais”, aponta o presidente do SIPCES, Gedaias Freire da Costa.

Além disso, a colaboração e o engajamento de todos os moradores são imprescindíveis. Ações simples, como verificar regularmente os locais suscetíveis à formação de focos do mosquito, evitar o acúmulo de água em recipientes diversos e descartar adequadamente os resíduos, são atitudes que fazem a diferença na prevenção da dengue.

Os síndicos e administradores de condomínios têm um papel crucial nesse contexto, pois podem liderar e organizar iniciativas de combate à dengue, estabelecendo cronogramas de vistorias, promovendo palestras educativas, incentivando a participação dos moradores e garantindo a manutenção adequada das áreas comuns.

Ademais, é importante ressaltar a relevância da colaboração entre condomínios, órgãos de saúde pública e demais instituições governamentais. A troca de informações, ações conjuntas de combate ao vetor e a implementação de políticas eficazes de prevenção são essenciais para enfrentar o desafio da dengue de forma mais abrangente e efetiva.

Em síntese, o combate à dengue nos condomínios do Espírito Santo requer uma abordagem integrada, envolvendo a conscientização dos moradores, ações preventivas constantes, apoio das lideranças condominiais e a colaboração entre diferentes setores da sociedade. Somente com esforços coletivos e medidas consistentes será possível reduzir efetivamente os casos de dengue e promover um ambiente mais saudável e seguro para todos.

Focos do mosquito estão dentro de casa

Cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas. Por isso é necessário seguir alguns cuidados importantes:

- Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado;

- Tirar água dos pratos de plantas;

- Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo;

- Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;

- Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

- Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.