Empresa dá prejuízo milionário a moradores de condomínios de luxo do ES

Moradores de condomínios de alto padrão da Grande Vitória levaram um susto na última segunda-feira (20): eles descobriram que uma empresa de esquadrias, que havia sido contratada por eles, fechou as portas sem entregar os serviços. Segundo as vítimas, o prejuízo total é de mais de R$ 15 milhões. 

Só em um condomínio na Serra foram pelo menos 40 vítimas. Na segunda-feira, 20 pessoas registraram um boletim unificado na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon).

O médico Henrique Hirata conversou com a reportagem de A Gazeta. Ele está em um grupo com pelo menos 100 pessoas que tiveram prejuízo com a empresa. No caso dele, o serviço foi contratado em junho de 2022 para ser entregue em junho deste ano. 

"Como teve atraso na nossa obra, calhou da gente só realmente acionar eles com mais veemência semana passada. Estava na fase final de acabamento, então a gente precisava das portas e janelas para terminar a obra. Na semana passada consegui falar com o sócio e ele disse que na segunda-feira (20) o material estaria lá, mas nada chegou", detalhou o médico. 

Na segunda-feira mesmo, outras pessoas começaram a reclamar da demora no grupo de obras do condomínio. Foi então que alguns clientes resolveram ir até a sede da empresa, em Vila Velha. Chegando lá, tudo estava fechado, vazio e sem a placa. Até funcionários estavam no local, sem entender o que tinha acontecido.  

Foi então que os clientes procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência. Na terça-feira (21), outra surpresa: eles descobriram que havia material da empresa armazenado em um galpão no bairro Jardim Colorado, em Vila Velha. Durante a noite, um grupo de clientes foi até esse novo galpão e acionou a polícia novamente.

Prejuízo

Só o médico teve um prejuízo de R$ 155 mil. "Há relatos de pessoas que pagaram mais de R$ 400 mil e não receberam nenhum material. Alguns vizinhos ao longo desse último ano conseguiram ter a entrega e instalação parcial de algumas janelas e portas, mas agora também ficaram na mão. Mas juntando os condomínios, o prejuízo foi em torno de R$ 15 milhões", afirmou Henrique. 

Conforme apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, funcionários trabalharam normalmente até a última sexta-feira (17). Na segunda, quando chegaram, deram de cara com tudo fechado e até cadeado trocado. 

O outro lado

Alguns clientes conseguiram falar com os sócios na segunda e na terça-feira. "Ele alegou que a empresa estava com muitas dívidas e que eles tinham recorrido a agiotas; por conta das dívidas, os agiotas foram lá na empresa no final de semana e levaram tudo. Essa foi informação que eles passaram inicialmente", pontuou Henrique. As vítimas não acreditam nessa versão.

A reportagem de A Gazeta ligou para o sócio da Espírito Santo Vidros e Alumínio LTDA ME e também para o número da empresa, além de deixar mensagem no WhatsApp, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

O que diz a Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil disse que "as investigações da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor seguem em andamento, e nenhum detalhe será repassado para preservar o andamento das apurações. A Decon segue prestando apoio às vítimas e solicita que os prejudicados procurem a unidade na Avenida Américo Buaiz, nº 205, térreo, Enseada do Suá, Vitória — na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales)".

Fonte: www.agazeta.com.br