Intuição e autenticidade: habilidades importantes no exercício da liderança

Se você já está em uma posição de liderança, seja ela júnior ou sênior, e quer avançar na carreira, é muito importante saber quais as habilidades um chefe precisa desenvolver para ampliar sua experiência e alcançar novas conquistas profissionais.

Para listar quais competências são essas e como melhorálas, o Estadão conversou com duas especialistas: a professora de Liderança e Comportamento Organizacional Luciana Ferreira, da Fundação Dom Cabral, e com a doutora em história da ciência e professora da FGV Liderança Juliana Genevieve. Confira as suas recomendações:

COMUNICAÇÃO ASSERTIVA. Esta se mantém como uma das principais competências que um líder precisa ter e é uma das mais desafiadoras de se adquirir, afinal, precisa ser constantemente exercitada e dosada para não ser confundida com imposição ou o extremo oposto, permissividade. A professora Luciana Ferreira lembra que “investir em comunicação não é fazer curso de retórica”. Mesmo que o curso consiga ajudar um líder a ser mais introvertido, ela destaca que práticas de teatro – ou até mesmo de improviso – podem ser tão efetivas quanto.

RADAR SOCIAL. Enxergar não apenas o ambiente interno, mas também o externo, é uma prática que amplia a visão de verdadeiros líderes. Conforme a professora Luciana, uma das melhores estratégias para exercitar essa habilidade é sair da zona de conforto. Mesmo que muitas empresas ofereçam programas de capacitação e qualificação internos, é importante buscar treinamentos e cursos fora também, para que se construam repertório e pensamento crítico não apenas sobre equipes e mercado, mas também sobre o mundo.

INTUIÇÃO. Para se destacar como líder, não basta ter visão de mercado. “Hoje é esperado que a liderança seja capaz de trazer a intuição para a prática gerencial”, diz Luciana Ferreira. É necessário ter uma visão integrada da empresa, da equipe, de si mesmo e reconhecer sinais sutis de motivação – ou falta dela – para que o líder possa direcionar os processos de gerenciamento. 

Não foque apenas competências técnicas, aprenda a reconhecer as emoções. Invista em cursos de habilidades comportamentais e socioemocionais, com grades curriculares mais práticas e sem promessas mágicas.

AUTENTICIDADE. Em tempos de inteligência artificial, líderes devem buscar autenticidade e espontaneidade. É essencial buscar autoconhecimento e conhecer quais seus pontos fortes e quais precisam de aprimoramento. Para isso, a professora Juliana, da FGV, sugere práticas como o trabalho voluntário até atividades manuais e artísticas. “Todo trabalho que é mais contemplativo ajuda a desenvolver empatia.”

ESCOLHA SEUS MESTRES. Tão valioso quanto escolher um curso técnico conceituado, é conhecer sua forma de aprender. Não basta buscar um treinamento por conta do peso do nome que pode ter em seu currículo, se você não se conectar verdadeiramente com as situações de aprendizado. Como ressalta a professora Juliana Genevieve, a mentoria com um profissional que tenha um estilo de liderança que agrade, pode ser um bom começo.

“Não existe um curso de prateleira perfeito. O profissional pode se identificar com alguém que pode ajudá-lo, e às vezes esse mentor não vai ser nada óbvio”

Valorize também insights que surgem de experiências pessoais. Pode ser tanto na terapia, quanto ouvindo uma música. O importante é se comunicar com a essência do indivíduo que busca liderar

Fonte O Estado de São Paulo