Tecnologia e sustentabilidade em condomínios e administradoras

A modernidade exige de todos os atores da sociedade engajamento com uso de tecnologias e adoção de boas práticas, capacitação é preciso, afinal, ne todos dispõe de aparelhos compatíveis com as novas tecnologias ou simplesmente possuem dificuldades para o uso de novos aplicativos.

Pesquisando na internet apuramos que “as principais dificuldades encontradas pelos idosos ao usarem a internet e tecnologias digitais, 32% apontara a falta de familiaridade com as ferramentas e a linguagem online como a principal; já 19% se queixaram ter dificuldade de ligar, conectar e usar os aparelhos; 17% relataram ter problemas com bloqueio ou perda de senhas; 15% com o bloqueio de equipamentos por engano e 7% se queixara do envio de mensagens por engano”.

Não temos dúvida que a tecnologia é uma aliada importante na gestão e na operação dos condomínios, pois pode trazer benefícios como:

MAIS SEGURANÇA – existe soluções tecnológicas que pode aumentar a proteção dos moradores e do patrimônio, como câmeras, alarmes, portarias virtuais, controle de acesso por biometria ou aplicativo, entre outras.

MAIS COMUNICAÇÃO – a tecnologia também facilita a comunicação entre os condôminos, o síndico e a administradora, por meio de aplicativos, sites, e-mails, chats, assembleias virtuais, etc.

MAIS TRANSPARÊNCIA – a tecnologia também contribui para a transparência na gestão financeira e administrativa dos condomínios, pois permite que os moradores acompanhem as receitas e as despesas, as prestações de contas, os contratos, as atas, os balancetes, etc. Além disso, a tecnologia também facilita a emissão de boletos online e a cobrança automatizada dos inadimplentes.

MAIS ECONOMIA – a tecnologia também pode gerar economia de recursos para os condomínios, pois pode otimizar o consumo de energia elétrica, água e gás, por meio de sensores, medidores individuais, painéis solares, etc. Automatização de processos permite redução de pessoal e custos.

No caso da adoção de práticas sustentáveis, introduzir os temas abraçados pela ESG – sigla que significa práticas voltadas as áreas ambiental, social e governança, representando os três pilares que devem orientar as boas práticas de sustentabilidade.

Alguns exemplos de práticas ESG que pode ser adotadas e condomínio são:

Consumo de energia eficiente
Uma das formas de reduzir o impacto ambiental e o custo com energia elétrica é investir em fontes renováveis, como a energia solar. Os painéis solares podem ser instalados no telhado ou nas áreas comuns do condomínio, gerando energia limpa e barata para os moradores. Outra forma é substituir as lâmpadas convencionais por lâmpadas de LED, que consomem menos energia e dura mais.

Uso consciente da água
A água é um recurso natural essencial para a vida, as também escasso e ameaçado pela poluição e pelo desperdício. Por isso, é importante que os condomínios adotem medidas para economizar água e evitar o seu uso desnecessário. Uma forma é instalar cisternas para captar e armazenar a água da chuva, que pode ser usada para regar as plantas, lavar as áreas comuns ou até mesmo para descarga nos banheiros.

Outra fora é instalar redutores de vazão nas torneiras e chuveiros, que diminuem a quantidade de água utilizada se comprometer a qualidade do banho ou da limpeza.

Coleta seletiva e compostagem
O lixo é um dos maiores problemas ambientais do mundo atual, pois além de ocupar muito espaço nos aterros sanitários e lixões, ele também gera poluição, contaminação e emissão de gases de efeito estufa. Por isso, é essencial que os condomínios façam a coleta seletiva dos resíduos sólidos, separando-os e diferentes recipientes de acordo com o tipo de material: papel, plástico, metal, vidro e orgânico.

O lixo orgânico, que corresponde aos restos de alimentos, pode ser transformado em adubo por meio da compostagem, um processo natural de decomposição que pode ser feito em composteiras domésticas ou coletivas. O adubo resultante pode ser usado para fertilizar as plantas do condomínio ou doado para hortas comunitárias.

Condomínios instalados e áreas rurais, denominadas quintas, bem como em áreas urbanas com áreas verdes e comuns, podem facilmente utilizar do processo de compostagem para atender a demanda de jardinagem, plantação de árvores frutíferas e ornamentais.

Espaços verdes e hortas
Os espaços verdes são fundamentais para melhorar a qualidade do ar, reduzir a temperatura, aumentar a umidade e proporcionar bem-estar aos moradores. Os condomínios podem criar áreas verdes nas lajes, nos terraços ou nos jardins, plantando árvores, arbustos, flores e gramados.

Além disso, os condomínios podem incentivar os moradores a cultivar hortas orgânicas nas varandas, nos quintais ou em espaços compartilhados, onde podem plantar verduras, legumes, frutas e ervas aromáticas. Essas hortas pode trazer benefícios como economia, saúde, educação ambiental e socialização.

Compartilhamento de bens e serviços
Uma fora de promover a sustentabilidade e condomínios é estimular o compartilhamento de bens e serviços entre os moradores, evitando o consumo excessivo e desnecessário. Por exemplo, os moradores podem criar uma biblioteca comunitária, onde podem emprestar e doar livros uns aos outros.

Além disso, os moradores podem oferecer ou solicitar serviços como caronas, cuidados com animais de estimação, reparos domésticos ou aulas particulares. Mas para que estas práticas seja internalizadas nos condomínios, precisamos de uma mudança cultural. Preservação do meio ambiente e fundamental e vai exigir capacitação e treinamento dos síndicos, colaboradores e dos próprios moradores.

Vãos abusar da internet das coisas, usar o Chat GPT – ferramenta da IA generativa que te auxilia a resolver problemas. Precisamos ser aliados e não afastar a busca do conhecimento. Este texto tem muito desta ferramenta, que é uma forma de mostrar aos síndicos e administradoras que não precisamos ”quebrar cabeças” buscando soluções. Elas já existe, pode demandar apenas adaptação e implementação.

Seja proativo. Quer um conselho? Faça gestão de pessoa. Aplicar boas práticas envolve pessoa. O olhar e as ações deve ser inclusivos e participativos. Com a colaboração das pessoas formamos equipes comprometidas com as metas de qualquer gestão, inclusive, condominial, que não vive apenas de conflitos.

Autor: Gedaias Freire da Costa - Advogado e presidente do SIPCES
Publicado no portal Gazeta On-line