Formato de trabalho ainda é desafio

Os atuais formatos de expediente não estão agradando a maioria dos profissionais. É o que revela pesquisa da Pluxee, antes conhecida como Sodexo Benefícios e Incentivos. Apesar de 81% dos trabalhadores estarem no modelo presencial, a alternativa é desejada por 44% dos entrevistados. Já entre os 13% que atuam no esquema híbrido, a opção é bem vista por 29% dos respondentes

De acordo com o levantamento, somente 6% dos entrevistados trabalham totalmente remotos, enquanto 29% dos brasileiros gostariam de cumprir jornada em casa.

O estudo ouviu 945 profissionais entre setembro e outubro de 2022. A maioria é mulher (52%), entre 30 e 44 anos (47%), com curso superior completo ou incompleto (49%), e renda entre um e cinco salários mínimos (74%). Estão em empresas com até cem funcionários 75%, sendo 85% nos setores de comércio e serviços.

Para Fabiana Galetol, diretora executiva de pessoas e responsabilidade social corporativa da Pluxee, há uma nuance geracional na preferência pelas opções de expediente. “Entre os 44% que preferem o presencial, 59% têm 45 anos ou mais. O modelo foi apontado como vantajoso pela melhoria da produtividade, convívio com colegas e estabilidade de horários.”

Em contrapartida, entre os mais jovens, 52% mudariam de emprego em busca de possibilidades mais adequadas — nesse recorte,61%têm de 18 a 21 anos.“Essa mesma faixa etária ocupa 14% dos 9% que preferem o ‘anywhere office’, alegando a autonomia como vantagem.”

Entre as organizações, a pesquisa aponta que um dos interesses das chefias como trabalho totalmente remoto da folha é a diminuição das despesas corporativas, indicada por 27% dos departamentos de recursos humanos. No modelo híbrido, o benefício da economia é sinalizado por 25%dos profissionais de RH. Para esse tema, foram ouvidos 702 tomadores de decisão em questões de RH de companhias de todos os portes e segmentos no Brasil

“As mudanças causadas pela covid-19 nos formatos de trabalho — na direção de incorporar modelos virtuais — foram revertidas, em grande parte, no pós-pandemia”, explica. “É importante [agora] sensibilizar as empresas para a expectativa do padrão [desejado] pelos colaboradores, avançando na adoção de alternativas mais remotas.”

A executiva destaca que foi identificada uma pequena redução na produção a distância, em relação ao período anterior ao confinamento social, de 86% para 81%, mas com um aumento na prática da norma híbrida — de 8% para 13%. “As empresas perderam a oportunidade de consolidar opções flexíveis, em linha com as expectativas dos times”, afirma. “No entanto, os profissionais vislumbram mudanças — 52% querem trocar de emprego por conta de um modelo mais equilibrado e 31% já deixaram o empregador em busca de uma rotina mais flexível.” 

Diante dos dados, a diretora da Pluxee recomenda mais atenção das chefias às necessidades das equipes. [Devem] se atualizar sobre as novas maneiras de entrega e ‘flexibilizar’ quando é possível, aconselha. “As áreas de RH precisam evoluir junto com as tendências do mercado”, diz Galetol. 

Fonte: Valor Econômico