Seguro condomínio atinge recorde em 2023

O seguro condomínio atingiu a marca de R$ 245 milhões de arrecadação nos cinco primeiros meses de 2023. Segundo levantamento da CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras), se comparado a 2014, ano de início do estudo, o número representa alta de 127%.

O pagamento de indenizações, de janeiro a maio, também cresceu, passando dos R$ 89,7 milhões de 2020 para mais de R$ 160 milhões neste ano. São Paulo foi o estado que mais arrecadou e indenizou.

O resultado é atribuído a dois fatores: o aquecimento do mercado imobiliário e o aumento do valor das indenizações pagas pelas seguradoras desde a pandemia, o que resultou em reajuste nos preços.

“O aumento do custo do seguro é por conta da elevação dos índices de valores indenizados pelas seguradoras, motivando reajustes nos preços do seguro para equilíbrio dos resultado”, diz Magda Truvilhano de Riscos Patrimoniais Massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

O seguro condomínio é obrigatório para edifícios residenciais e comerciais, e cobre prédio e suas áreas comuns assim como seus bens e equipamentos. O responsável pela contratação é o síndico.

A taxa é considerada despesa ordinária do condomínio, paga pelos proprietários ou inquilinos das unidades. O valor depende de vários aspectos, como à quantidade de unidades, torres e equipamentos e do que existe nas áreas comuns.

Normalmente, o seguro condomínio não inclui a unidade do morador ou os bens dentro do apartamento ou da casa, a menos que haja uma cobertura específica oferecida por algumas seguradoras.

Para ter assegurado o que está dentro do imóvel, o morador tem de contratar um seguro por conta própria, o residencial. Na capital paulista, para um apartamento de 100m² o custo é, em média, de R$ 450 por ano.

Truvilhano diz que o seguro ficou mais caro desde a pandemia, porque os moradores usam mais o condomínio. “As pessoas estão usando mais os elevadores, as áreas comuns e os aparelhos elétricos, o que aumenta a chance de sinistros como incêndios”, conta.

A consequência do aumento das ocorrências, afirma a especialista, é um seguro mais caro. “É um dos fatores de influência no aumento da arrecadação de prêmios pelo mercado. A elevação do preço do seguro é motivada ainda pela inflação e pelos custos de reconstrução, mão de obra e até mesmo custo de reposição de bens do condomínio”, diz.

Somente em maio de 2023, o pagamento de indenização chegou, nacionalmente, a R$ 31,5 milhões além de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados que mais indenizaram neste ano.

Fonte: Folha de São Paulo