Conhecimento e espírito colaborativo são essências do bom síndico

Débora Erlacher, síndica: "É fundamental estar em constante aprendizado"

Receber ligações tarde da noite ou durante a madrugada, independentemente de ser dia útil, feriado ou final de semana para resolver problemas diversos como festas fora do horário, latido do cachorro do vizinho ou defeitos em algum equipamento do condomínio.

Assim é a rotina de muitos síndicos, que adotaram a função e fazem dela um grande legado em benefício de melhorias para os demais moradores, sendo os responsáveis por organizar tudo no condomínio.

Não à toa possuem um dia dedicado a eles: 30 de novembro, dia do síndico.

Mas qual seria o perfil de quem se dedica dessa forma, e o que essas pessoas têm feito para ficar sempre antenadas com as mudanças e inovações que o mercado apresenta de forma rápida e constante?

Para Sandoval Salgado Sobrinho, síndico há treze anos no Ed São Francisco, no Centro de Vitória, é preciso encarar o condomínio como uma empresa.

“Temos que acompanhar as evoluções que acontecem, tanto na legislação quanto no modo de vida e evoluções tecnológicas. Existe sim essa necessidade de estar sempre atento. Por isso nossa atenção às orientações, cursos e palestras do SIPCES”, aponta Sobrinho.

Para ele, outro ponto de destaque é o trato com os empregados e lidar com os anseios dos demais moradores. “O condomínio em si, hoje, não traz tanta dificuldade, é acompanhar legislação e o trato com as pessoas. Passei muitos anos na área de recurso humanos. São mais de 170 moradores, cada um com seu modo de pensar. Quem lidou com recursos humanos consegue se sair melhor no condomínio”.

Saber lidar com os moradores e entender a necessidade e particularidade de cada um também é o que norteia a atuação de Miriam Sepulcri, uma das representantes do Ed Sandra, também no Centro da capital capixaba.

Moradora do prédio há mais de quarenta anos, Miriam participa das decisões do condomínio há cerca de trinta, seja como síndica, subsíndica ou membro do conselho. O edifício possui uma característica muito particular: a grande maioria dos moradores é formada por pessoas da terceira idade.

“Muitos dos idosos do prédio moram sozinhos, o que requer atenção especial. Precisamos olhar mais para o próximo, e viver em condomínio é um exercício diário, ou pelo menos deveria ser, de cuidarmos mais uns dos outros”, pondera Miriam.

Miriam destaca que por ter esse perfil de moradores, foi decidida pela manutenção dos porteiros 24 horas. Sensibilidade característica de quem sabe reconhecer o que vai atender melhor às necessidades do local.

“Já cogitaram mudar para porteiro eletrônico, tags, mas isso não será positivo por aqui. Os porteiros são essenciais. É como se fosse um anjo, um apoio muito necessário. São profissionais que estão atentos ao dia a dia, aos costumes dos moradores. Além disso temos rampas, corrimão em todos os lugares”, complementa.

Em tudo isso ela conta com suporte do SIPCES. “As informações, notícias, conteúdo das palestras do SIPCES são muito boas. Determinantes para que possamos tomar decisões e colocar ideias em prática no nosso prédio”.

Outra característica do bom síndico é estar sempre atualizado. Pensando nisso, Débora Erlacher, síndica há cerca de um ano do condomínio Mar Azul (Quinta Etapa), em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha, já assumiu com grandes responsabilidades: afinal, atua num condomínio que possui 496 unidades distribuídas por 10 blocos.

“É administrar uma empresa, sendo que não é uma empresa. É fundamental estar em constante aprendizado, e o sindicato tem proporcionado isso, o que tem sido uma imensa contribuição para o meu desenvolvimento”, atesta Débora, que já pensa em seguir atuando como síndica profissional.

Quais são as obrigações e os direitos do síndico?
O síndico é o gestor da vida condominial. Sem ele, seria muito mais difícil resolver questões como manutenção de elevador, conflitos relacionados a barulho e à gestão dos funcionários.

É também responsável por todas as obrigações legais do condomínio. Dos encargos trabalhistas, passando pela manutenção de áreas comuns e seus equipamentos; relacionamento com colaboradores; convocação da assembleia dos condôminos; entre tantas outras, que talvez só terminaríamos na virada do ano.

Apesar da complexidade do seu trabalho, o síndico não tem só obrigações. O síndico também pode receber remunerações e/ou isenção de pagamento da taxa condominial, conforme previsto na convenção do condomínio ou aprovado em assembleia; tirar férias anualmente, deixando tudo organizado para o período em que estiver ausente; estabelecer horários para atender demandas que não sejam urgentes; sendo condômino, tem o direito de votar em assembleia. Entre outras coisas.

Para atuar como síndico não há uma formação específica na área. Mas ter conhecimentos básicos em administração, finanças e legislação são fundamentais para o síndico saber a maneira correta de agir em determinadas situações e ter a perícia necessária para tomar decisões bem embasadas.

Confira três competências que ajudam este profissional a ter uma carreira de sucesso.
- Ser atencioso:
na maioria das vezes, os condôminos recorrem ao síndico como uma alternativa para solucionar determinado problema. Portanto, ser atencioso e demonstrar interesse nas queixas é indispensável para manter uma boa relação com os moradores e estabelecer um contato direto de comunicação;

- Priorizar a transparência: a desconfiança entre condôminos e síndico pode ser forte quando se trata da gestão financeira e isso cria enormes barreiras. Por isso, priorizar a transparência nas ações e mostrar onde o dinheiro está sendo aplicado antes mesmo de alguém solicitar esses dados é fundamental para o síndico ganhar a confiança dos moradores;

- Manter o respeito e a cordialidade: tratar bem as pessoas é um requisito simples, mas que faz uma enorme diferença no relacionamento entre o síndico e os condôminos. Pequenos gestos como um mero “bom dia” já servem para criar laços com os moradores e estabelecer relações de confiança.

Para ser um bom síndico, algumas características são desejáveis:
- Ser zeloso com o patrimônio, e reforçar a importância de cuidar bem dos equipamentos e espaços comuns;

- Ter espírito colaborativo e paciência para tratar todos de forma educada e cordial. Essa é uma maneira simples de evitar conflitos desnecessários;

- Ter conhecimento sobre termos específicos, que fazem toda a diferença na hora de gerir o condomínio. Se necessário, consulte o Glossário preparado pela Otis.

- Ser um mediador de conflitos, sempre mantendo a calma e ouvindo todos os lados da discussão.

Atuando como mediador do condomínio, sua importância é tamanha que a legislação atual permite que uma pessoa jurídica, independentemente de ser moradora, possa exercer a função, enquanto não abre mão de sua existência como representante legal do condomínio.

Por isso, os moradores ou pessoas que convivem no prédio devem tratar o síndico com respeito, educação e empatia, já que ele exerce uma função essencial e complexa. Logo, seus feitos e dedicação devem ser exaltadas sempre, mas principalmente neste dia!

SÍNDICO MORADOR E PROFISSIONAL

O SIPCES parabeniza os SÍNDICOS E SÍNDICAS, moradores e eleitos para representar com dedicação a coletividade onde residem. Também são profissionais, pois inúmeros são os desafios. Para tanto, devem contar com apoio de uma empresa administradora de condomínios para tocar a gestão condominial, não esquecendo que a responsabilidade é sua.

A entidade sindical parabeniza da mesma forma os “síndicos profissionais”, com experiência na gestão de vários condomínios, não dispensando nesta atuação o apoio de uma empresa administradora de condomínios.           

Feliz Dia do Síndico!

ONDE TEM CONDOMÍNIO E ADMINISTRADORA DE CONDOMÍNIO, TEM O SIPCES!