Minimercados ganham espaço em condomínios

Chamar o elevador, descer até o térreo, entrar na loja de conveniência instalada no condomínio para pegar itens que estão faltando na despensa, pagar pelo aplicativo e subir com a sacola abastecida. Esse jeito de fazer comprar virou rotina para muitos moradores de condomínios na pandemia.

Se antes os minimercados que operam no modelo de “honest market” (baseado na confiança no cliente, sem atendentes) eram raridade em condomínios residenciais, agora os prédios são os grandes responsáveis pelo boom desses negócios.

Segundo Rodrigo Colás, sócio da pioneira Smart Break, o negócio deu um salto com a chegada da pandemia. “Antes, nossas lojas ficavam nas empresas e a gente ainda estava engatinhando com só uma loja em condomínio residencial”, diz. Quando as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, a procura dos condomínios residenciais foi imediata e a solução foi contratar um arquiteto especializado em varejo para desenhar um modelo de estande que atendesse à demanda. Construídas com madeira reflorestada, as lojas são 100% operadas pela startup, que fez também uma parceria com a Green Mining para coletar todo o vidro consumido e devolver à Ambev, fortalecendo a economia circular.

Com um mix de 500 produtos e 150 unidades instaladas em São Paulo, que atendem a mais de 60 mil usuários, a startup prevê faturar R$ 7 milhões até o fim de 2021 e ter 1,5 mil lojas até 2024 somente na capital paulista. Para expandir para todo o Brasil, eles acabam de criar também um modelo de franquia.

“A ideia surgiu no ano passado, quando recebemos cinco ligações na mesma semana de pessoas interessadas em franquear a marca”, conta Colás, segundo quem há três anos, quando começaram, era difícil explicar o modelo de negócio.

O investimento inicial é de R$ 200 mil e cada franqueado pode abrir 30 lojas ou mais, com a previsão de retorno em 18 meses. “Todos os prédios que a gente procura querem ter um minimercado, porque o custo é zero, a gente banca toda a infraestrutura e o prédio ainda recebe uma renda mensal para reinvestir no condomínio”, explica.

Agora, ele está fechando parcerias também com construtoras e incorporadoras para que os empreendimentos já nasçam com uma unidade Smart Break. “Em três anos, acreditamos que não haverá um prédio no Brasil sem minimercado. É uma mudança no comportamento do consumidor.”

Fonte: Estado de São Paulo