Porteiro não pode ser visto como quebra-galho

Ele está na linha de frente do condomínio. Recebe o morador, as correspondências, orienta os condôminos e controla quem entra e sai do prédio. O porteiro, muitas vezes, também é requisitado pelo morador para dar aquela ajudinha básica: carregar sacolas, carrinho de bebê, manobrar o veículo e até mesmo olhar crianças. Mas, afinal, os moradores podem solicitar estes serviços?

Segundo o diretor da Marco Condominial, Marco Aurélio Nery, deve-se evitar pedir qualquer serviço particular ao profissional. “Solicitar ajuda ao porteiro pode desviar sua atenção e colocar em risco a segurança do prédio e dos moradores”.

A diretora da empresa Realiza Administradora de Condomínios, Kenya Moreira, explica que o trabalhador precisa de atentar ao desenvolvimento de suas tarefas. Entre elas, liberar a entrada de moradores e visitantes. Para ela, deixar a chave na portaria é outra atitude a ser evitada pelo morador. “Em geral, essa prática é proibida, pois o porteiro acaba assumindo uma responsabilidade que não é dele, nem do condomínio. Se a chave sumir, causa constrangimento ao profissional e desgaste para a administradora”, afirma Kenya.

Além disso, o morador não deve bater papo com o porteiro ou ficar dentro da guarita durante o horário de trabalho. Caso tenha algum assunto para tratar com o profissional, deve aguardar o fim do turno.

EXCEÇÕES

Em alguns condomínios específicos, os porteiros podem e devem ajudar os moradores. É o que ressalta o vice-presidente do Sindicato Patronal de Condomínios (SIPCES), Gedaias Freire da Costa. “No caso de prédios com muitos idosos, algumas práticas são permitidas, como carregar sacolas e ajudar a entrar no prédio. É uma questão de bom senso”.

Ele alerta para a importância de campanhas de conscientização sobre o tema. “A comunicação é o caminho para garantir as melhores práticas dentro dos condomínios. Por isso, o síndico deve orientar os funcionários e moradores, porque o assunto envolve a segurança de todos”.

Reportagem jornal A Gazeta