Com uma trajetória que começou em 2019 como síndica moradora de um condomínio com 56 unidades, Laila Dassie Del Fiume Ferraz, jornalista e técnica de segurança do trabalho, abraçou o desafio de atuar como síndica profissional em 2023. Atualmente, ela é responsável por dois condomínios em Vitória: o primeiro onde reside e o segundo, com 70 unidades, que é residencial e comercial.
“Entrei como um tiro no escuro. Não tinha quem fosse síndico, então assumi a função. Para minha surpresa, gostei!”, revela. Desde então, Laila se destaca pela proatividade, algo que considera essencial para lidar com os desafios do dia a dia. “Quando surge um problema, não espero muito. Meto a cara e resolvo para não deixar as coisas se acumularem. Adoro obra e modernização!”, afirma.
A rotina de uma síndica profissional
A flexibilidade de horário é uma das vantagens que Laila valoriza em sua atuação. Ela consegue organizar sua agenda de forma independente, sem estar presa a um expediente fixo. Contudo, ela aponta que ser síndica no condomínio onde se mora traz limitações. “Você não tem paz. É preferível atuar em um lugar onde você não mora, pois isso proporciona mais imparcialidade e evita confusões.”
Para Laila, um dos maiores desafios é lidar com a modernização de condomínios mais antigos, especialmente no Centro de Vitória. “Prédios antigos têm elevadores ultrapassados, taxas condominiais altas e até funcionários que ainda são necessários. Quando você quer um apartamento grande e mais em conta, acaba escolhendo o Centro, mas precisa arcar com esses custos adicionais.”
Apesar disso, ela se dedica a implementar melhorias significativas, como modernização de interfones, sistemas de reconhecimento facial e controle eletrônico de garagem. “Gerar facilidades é essencial, pois estamos no mundo digital. Claro, algumas coisas não podem ser retiradas, mas a modernização é inevitável.”
Síndico: ponte para a convivência em comunidade
Laila enfatiza que o papel do síndico é frequentemente mal compreendido. “As pessoas acham que o síndico deve resolver todos os conflitos entre moradores, mas isso não é responsabilidade direta. Ele é apenas uma ponte para facilitar a solução.”
Com sua experiência, Laila desenvolveu a habilidade de lidar com conflitos de maneira sensível e eficaz. “Saber conversar para contornar situações é essencial. Não custa nada abordar alguém com gentileza para evitar uma explosão de temperamento. No condomínio, ninguém vive sozinho. É preciso aprender a respeitar os espaços e viver em comunidade.”
Sua paixão pela gestão condominial está no impacto positivo que consegue gerar. “Ver o prédio melhor, mais organizado, me satisfaz. O que me motiva são as pessoas que consigo ajudar. É claro que nem todos reconhecem, mas a satisfação dos condôminos compensa qualquer dificuldade.”
Para Laila, a função de síndica, especialmente como profissional, exige equilíbrio, preparo e dedicação. “É uma mistura de conhecimento técnico, habilidade interpessoal e muita paciência. Mas é gratificante saber que estamos melhorando o dia a dia de tantas pessoas.”