Síndica é agredida por casal de moradores após discussão por regras de condomínio no litoral de SP

Uma síndica foi agredida por um casal de moradores após uma discussão motivada pelas regras do condomínio em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Roberta Silva Vieira, de 41 anos, ficou com marcas das agressões pelo corpo e está com medo de retornar para o apartamento onde mora.

A vítima contou ao g1, neste sábado (27), que os desentendimentos começaram devido às atividades realizadas pelo casal dentro do apartamento. Segundo Roberta, a mulher fazia procedimentos estéticos como a extensão de cílios. Por isso, a quantidade de clientes entrando e saindo do prédio era grande e incomodava os demais moradores.

“Primeiramente, eu tive uma conversa. Ela falou que iria parar de fazer, só que continuou”, relata a síndica, dizendo que a moradora passou a alegar que tinha um estúdio fora do prédio e recebia no apartamento apenas os amigos. “Só que o fluxo de pessoas era muito grande”, enfatiza.

Roberta ainda ressalta que as coisas começaram a ficar mais graves em maio. Ela foi ameaçada pelo casal após enviar uma notificação para a proprietária do apartamento. “O homem falou ia 'pegar' eu e meu filho de 10 anos no caminho da escola”, afirma. Ela registrou um boletim de ocorrência e falou sobre o caso para seu ex-marido.

No dia 17 de maio, a síndica diz que saiu para comprar pão e, na escada do prédio, encontrou uma mulher que perguntou se ela era a “moça dos cílios”. O questionamento irritou Roberta e ela disse que estava proibido fazer os cílios no local. Por isso, a cliente ficou do lado de fora do condomínio.

A síndica seguiu até a padaria e, ao retornar para o prédio, encontrou a design de cílios batendo as portas. Diante disso, Roberta pediu para uma funcionária do prédio chamar a polícia.

Neste intervalo, a design de cílios foi até o apartamento de Roberta, que fica no térreo, e viu o ex-marido da síndica fazendo uma gravação, com o celular na mão. A partir daí, uma confusão se instaurou. O marido da profissional de beleza também se envolveu na briga.

“Ela [moradora] fingiu que ia sair e depois voltou com tudo, querendo já entrar dentro do meu apartamento e pegar o celular", conta Roberta. Ela diz ainda que tentou conter a mulher e foi puxada pelo marido dela. “Puxou os meus cabelos e deferiu vários golpes de soco. Ainda pegou uma garrafa térmica que estava em cima da minha mesa e bateu na minha nuca”, conta.

Segundo a vítima, o filho dela viu as agressões, que pararam somente após a chegada dos policiais. Ela foi socorrida pelo ex-marido até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois seguiu para a delegacia, mas foi informada de que não poderia prestar depoimento naquelas condições.

Desde então, Roberta está com medo de ficar em casa e, como não tem família na Baixada Santista, está se abrigando em casa de conhecidos junto com o filho. Ela acionou o setor jurídico do condomínio e é representada pela advogada Ana Carolina Candido Alves, que entrou com pedido de medida cautelar na Justiça.

Segundo a advogada, uma notificação também foi enviada aos donos do imóvel pedindo providências. “Cabe aos donos da unidade rescindir o contrato de locação e entrar com ordem de despejo”, explica ela, já que o apartamento onde supostamente é realizada a atividade comercial é alugado.

Casal
Em depoimento à Polícia Civil, no dia dos fatos, a moradora informou que tinha um acordo com a síndica para fazer a extensão de cílios em casa e, no dia 17, Roberta impediu que uma de suas clientes entrasse no condomínio. Por isso, ela foi até o apartamento da síndica para conversar, mas as duas discutiram e ela retornou para sua casa.

Também em depoimento, o homem acusado diz que, após um tempo da primeira discussão, o casal retornou ao apartamento de Roberta. No entanto, as duas mulheres entraram em luta corporal, enquanto ele e o ex-marido da síndica discutiram.

Polícia
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública diz que a Polícia Civil localizou dois registros, comunicados nos dias 16 e 17 deste mês, que foram registrados como ameaça e lesão corporal, respectivamente. “A vítima, uma mulher de 41 anos, foi orientada em ambos casos quanto ao prazo de seis meses para representação criminal”, diz SSP, por meio de nota.

O g1 entrou em contato com o casal acusado e eles disseram que não irão se pronunciar sobre o caso.

Fonte: G1