Como enfrentar os desafios do setor condominial

Indiscutível que se fôssemos listar os principais desafios vivenciados pelas administrações condominiais, teríamos alguns destes itens ou problemas:

Segurança; moradores problemáticos; barulhos; inadimplência; gestão de pessoas; obras de conservação e manutenção; transparência da gestão; mediação de conflitos e conhecimento de leis e regras por parte dos atores envolvidos (síndico, membros do conselho e moradores, dentre outros).

Para enfrentar esses e outros desafios é preciso INOVAÇÃO, CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO contínuo do síndico, da equipe, dos moradores e dos prestadores de serviços, conforme a demanda exigida de cada um destes.

O SIPCES mantém um cronograma anual de palestras e cursos voltados ao nosso segmento (condomínios e empresas administradoras), site atualizado com informações indispensáveis ao dia a dia, ou seja, disponibilizamos conhecimento.

Vamos, todavia, abordar novos desafios, que estão no calor do momento ou já estavam no radar e, como sempre, vamos adiando discussão e implementação, e aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, queremos resolver tudo de uma vez. Vamos convir, não dá.

1º) MOBILIDADE URBANA

A princípio pode o síndico imaginar o que ele ou o condomínio tem a ver com mobilidade urbana, que em síntese, trata do deslocamento de pessoas e bens pela cidade, exigindo do poder público soluções para amenizar o congestionamento, dinamizando fluxo e melhorando qualidade de vida dos cidadãos.

A mobilidade sustentável (vale ler o artigo publicado pela raízen - https://www.raizen.com.br/blog/mobilidade-urbana-sustentavel) não é futuro, mas já está presente. Precisamos enfrentar algumas demandas – atender os condôminos com veículos elétricos – que exigem estações de recarga.      

Os condomínios não devem criar entraves aos condôminos proprietários de veículos elétricos, mas contribuir com soluções e alternativas na instalação das estações de recarga individual ou mesmo coletiva, caso a demanda seja considerável.

Não há ainda uma legislação nacional que se aplique a todos, mas em São Paulo desde 2020 está regulamentada esta questão para os novos empreendimentos, estabelecendo a obrigatoriedade da previsão de solução para recarga de veículos elétricos em edifícios (condomínios) residenciais e comerciais no município de São Paulo. A solução adotada deve prever:

I - modo de recarga do veículo elétrico conforme normas técnicas brasileiras;

II - medição individualizada e cobrança da energia consumida, conforme procedimentos vigentes das concessionárias.

Pela nossa cidade já estamos visualizando estações de carregamento, é possível deslocar-se utilizando ônibus elétrico do sistema Transcol, órgãos públicos e empresas privadas estão ampliando sua frota com os carros não poluentes. Em breve não será novidade. Viva a mobilidade urbana e a sustentabilidade.

2º) SUSTENTABILIDADE

Apesar dos vários tipos de sustentabilidade (ambiental e ecológica; empresarial; social e econômica), todas refletem a importância do desenvolvimento sustentável.

A sustentabilidade reflete ou impacta na melhoria da qualidade de vida da população e pode demandar ações simples por parte dos condomínios. Apenas para começo de conversa: separação do lixo seco e úmido; coleta de água da chuva e de aparelhos de ar-condicionado, para limpezas de áreas comuns ou regar áreas verdes; coleta de óleo de cozinha usado; coleta de pilhas e baterias; instalação de sensores de presença; implantação de medidores individualizados de água; educação ambiental dos moradores, etc.

Mas a novidade (que não é) e que tem provocado muito burburinho e oportunidades de negócios é a energia solar, já ocupando a 2ª posição (+ de 11%) na matriz energética do Brasil, liderada pela energia hídrica (51%).

Os condomínios estão no calor deste negócio, podendo implantar suas usinas (placas fotovoltaicas) ou comprar energia limpa de outro produtor, reduzindo a conta de energia elétrica (hídrica), investindo em sustentabilidade ambiental, econômica e social.

As oportunidades estão presentes. Síndicos e administradoras de condomínios, vamos discutir este assunto nas assembleias. Há oportunidades e negócios. Não esperem, façam acontecer.

Autor: Gedaias Freire da Costa - Advogado e presidente do SIPCES
Publicado no portal Gazeta On-line