Sem água em mangueiras, loja é destruída pelo fogo.

Um incêndio atingiu um prédio de 10 andares no centro de Vitória, destruindo uma loja localizada no nono andar. O dono da empresa disse que tentou apagar as chamas, mas não encontrou água nas mangueiras de combate a incêndio do prédio.

O foco começou por volta das 14h20 de ontem, no Edifício Renata, na rua Dionísio Rosendo, na Cidade Alta, próximo à Catedral de Vitória. O prédio é comercial e, por conta do feriado, não havia nenhum estabelecimento funcionando no momento do incêndio.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado no terraço do edifício, o 10º andar. Em poucos minutos, as chamas se espalharam e atingiram o 9º andar, onde funciona uma empresa de cosmético e puericultura, que vende produtos para bebês.

Dono da empresa, Arnaldo Cesar Teixeira Dias disse que foi o primeiro a chegar ao local do incêndio e se desesperou quando percebeu que as mangueiras para combater o fogo não tinham água.

“Eu moro no prédio ao lado e, quando sentei para almoçar, vi a fumaça pela janela. Quando percebi que era minha empresas, fiquei desesperado. Subimos o prédio, procuramos em vários andares, mas não havia água nos hidrantes. Não existe manutenção. O resultado é que não consegui salvar nada”, contou.

A loja possuía material inflamável, principalmente cosmético, o que pode ter feito o fogo se propagar ainda mais. O comerciante, no entanto, acredita que o incêndio tenha começado no terraço, que não faz parte do estabelecimento dele.

“Lá tem muito papel. E quando eu cheguei, as chamas estavam concentradas lá. Só depois, elas desceram”, afirmou.

O Corpo de Bombeiros levou uma hora para apagar as chamas e também se deparou com a falta de água nas mangueiras dos sistema hidráulico, segundo o tenente-coronel Carlos Wagner Borges.

“Quando nossas equipes buscaram utilizar o sistema hidráulico preventivo, ele não funcionou. Se estivesse funcionando, o fogo seria confinado ainda na cobertura, sem passar para o nono andar”, afirmou o tenente-coronel.

Outro facilitador para o incêndio foi o material depositado no local. “Havia um acúmulo de material de forma inadequada em local que não era apropriado para isso”, ressaltou Carlos Wagner.

Bombeiros apuram responsabilidades

A falta de água nas mangueiras do sistema hidráulico preventivo pode fazer com que os responsáveis pelo edifício Renata respondam nas áreas civil e criminal. A informação é do tenente-coronel Carlos Wagner Borges, do Corpo de Bombeiros.

“Toda responsabilidade pela manutenção do sistema hidráulico preventivo é do síndico. A ausência do sistema pode resultar em consequências na área cível e criminal”, afirmou.

O dono da sala comercial que ficou destruída solicitou uma perícia, que vai buscar apontar a causa do incêndio e explicar o motivo de o sistema hidráulico preventivo não ter funcionado. Já a Defesa Civil de Vitória fará uma vistoria no imóvel para avaliar as condições de estabilidade, segurança e salubridade do local, e a necessidade de interdição do empreendimento”, informou a Defesa Civil, em nota.

O Conselho Regional de Engenharia do Espírito Santo (Crea-ES) também fará uma vistoria técnica no imóvel, na manhã de hoje.

De acordo com o presidente do Crea-ES, Jorge Silva, os engenheiros vão avaliar as possíveis causas do incêndio e orientar os usuários do prédio sobre possíveis riscos. “O incêndio pode ter afetado a estrutura física e comprometido as instalações elétricas e hidráulicas”, pontuou.

O síndico do prédio não compareceu ao local do incêndio ontem, e a reportagem não conseguiu contato com ele.

Fonte: A Tribuna