Condomínios podem multar quem não seguir as regras

Com o início da quarentena a partir desta quinta-feira (18), os condomínios podem multar os moradores que descumprirem as medidas decretadas pelo governo do Estado. A afirmação é do presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas Administradoras de Condomínios no Espírito Santo (SIPCES), Gedaias Freire da Costa.

De acordo com o decreto, administradores e síndicos de condomínios devem limitar a utilização simultânea das áreas comum de lazer para os moradores do mesmo núcleo familiar. Além dessa restrição, os moradores deverão adotar medidas de proteção e higienização, bem como a utilização da máscara, fora do ambiente residencial. Festas e eventos sociais estão proibidos.

“Já fizemos um modelo de notificação que pode ser adotado para o descumprimento do uso das áreas de lazer comuns por mais de um grupo familiar. Primeiro, o condomínio deve notificar. Com a reincidência do desrespeito pelo morador, ele pode aplicar uma multa de até cinco vezes o valor da taxa condominial. Cada edifício, no entanto, tem as suas regras”, explica Gedaias.

Segundo o presidente do SIPCES, as medidas de restrição foram recebidas com tranquilidade. “Desde o ano passado, trabalhamos intensamente para a adoção de protocolos de proteção e higienização. O mais importante neste momento é a compreensão dos moradores para que fiquem em casa e entendam a importância deste momento para evitar um cenário pior em nosso Estado”, disse.

AGENDAMENTO

Um condomínio localizado em Jardim Camburi, Vitória, optou pelo fechamento de áreas de festas e àquelas que têm capacidade de receber mais pessoas, de acordo com a síndica Marcele Miranda.

“Estes espaços, que são mais difíceis de ter um controle do número de pessoas, nós manteremos fechados até o final da quarentena, aguardando novas orientações. As demais áreas, como academia e piscina, podem ser usadas por apenas um núcleo familiar desde que o morador faça o agendamento prévio”.

A síndica acrescenta ainda que a advertência aos condôminos se dá por meio de uma ligação por telefone e mensagem de texto a fim de promover a conscientização. “A maioria dos moradores seguem as regras. E, quando isso não acontece, explicamos e orientamos a importância de segui-las”, destaca.

Também para garantir o respeito à restrição de apenas um núcleo familiar utilizar as áreas comuns, como academia e piscina, um condomínio localizado na Praia do Canto, em Vitória, vai orientar os moradores a realizarem agendamento prévio da utilização dos espaços.

“Dessa forma, a gente garante que apenas um núcleo familiar fará uso daquele espaço. Também orientamos a deixar as portas e janelas abertas para o ambiente ficar mais arejado. Aqui, de acordo com o regimento interno, quem descumprir as regras recebe uma advertência escrita inicialmente. Em caso de reincidência, aplicamos uma multa. Se o desrespeito às regras continuar pelo morador, a multa é aplicada em dobro”, explica Mônica de Lima Rocha, síndica do condomínio.

Mônica acrescenta ainda que as regras de higienização já estavam sendo seguidas desde que a pandemia começou. “Sinalizamos os espaços, implementamos os protocolos de prevenção e higienização. Agora, com mais restrições, já emitimos um novo comunicado reforçando a importância de seguir as medidas decretadas”, explica.

DIÁLOGO COMOS MORADORES

Apesar da possibilidade de aplicação de multas em casos de descumprimento de regras, para o síndico Geomarts Lahass, que administra um condomínio na Praia da Costa, em Vila Velha, a conscientização é a regra mais importante para passar pela quarentena.

“A gente procura orientar os moradores a se adequarem às medidas de proteção, como o uso da máscara, de higienização, como álcool gel ao usar os elevadores, por exemplo. Uma série de protocolos já estavam sendo seguidos por todos, e agora vamos reforçar para sair deste momento o mais rápido possível”, explica.

Uma das moradoras que já estava seguindo os protocolos de proteção e higienização da covid-19 é a professora Viviane Bello Baldi. Moradora de um edifício da Praia de Itaparica, ela salienta que é fundamental entender a importância das restrições neste momento.

“Concordamos com as medudas que já estavam sendo adotadas, e agora, também, com as restrições das áreas de lazer comuns para mais de um núcleo familiar. Na verdade, sabemos que a preferência é não usar esses espaços. Mais do que pensar no próprio bem, a gente entende que é preciso pensar na coletividade e se abster desses momentos pelo menos por enquanto”, explica.

Fonte: Gazeta online