Depois de um ano convivendo com a pandemia da Covid-19, as formas de contágio e transmissão da doença ainda geram dúvidas e muitas pessoas vêm abrindo mão de cuidados básicos.
Mas médicos fazem um apelo para que a população não relaxe e continue com as medidas de segurança, principalmente em locais fechados, incluindo elevadores.
A médica infectologista Ana Carolina D’Ettorres afirmou que nesse um ano de pandemia algumas coisas mudaram.
“Hoje, sabemos que a principal forma de contágio é por vias respiratórias, por aerossol (partículas muito pequenas que ficam em suspensão no ar) e contato próximo. Esse medo de encostar nas coisas de supermercado e superfícies tem reduzido, já que se sabe que o risco de transmissão não é tão alto quanto se acreditava. Apesar disso, cuidados devem ser mantidos.”
Em locais fechados, como elevador, ela destacou que os riscos aumentam, mas é possível reduzir tomando os cuidados. “O elevador é um local fechado, mas de transição, em que as pessoas ficam por pouco tempo. Então utilizando a máscara, sozinho ou só com pessoas da mesma família, e higienizando as mãos após tocar nas superfícies é possível reduzir os riscos.”
O infectologista Moacir Soprani ressaltou que elevadores são recintos fechados e, o ideal, é entrar sozinho ou com pessoas da família. “Ao tocar o painel com os dedos deve fazer higiene com álcool ou usar outro instrumento, pode ser a chave.”
Ele salientou que, caso uma pessoa infectada tussa, fale ou espirre no elevador, e alguém entre logo após o risco de contágio é alto.
“Se você estiver com a máscara, evitar tocar a face, olhos, nariz e boca e fizer higiene com álcool, o risco reduz muito, mas nunca é zero. Particularmente, moro no 5º andar e conto nos dedos das mãos as vezes que usei elevador a partir do início da pandemia.”
O infectologista Paulo Peçanha lembra que o elevador é fechado e oferece risco, assim como outros ambiente fechados que não têm ventilação. Por isso, ele reforça que o uso de máscara é essencial e ela deve ser colocada antes de entrar no elevador.
A doutora em epidemiologia e professora titular da Universidade Federal do Estado, Ethel Maciel, complementa que é preciso usar máscaras mais filtrantes: as N95 ou PFF e explicou: “A transmissão pelo ar é mais importante que a transmissão por contato.”
Fonte: Jornal A Tribuna