Apps ajudam a controlar áreas comuns em condomínios

Com aumento da demanda de moradores para aproveitar espaços como piscina, quadra e academia, o uso de tecnologias que fazem o agendamento de horários e limita número de pessoas foi a solução para evitar aglomerações. Nesta férias, de folga do home office e das aulas online, mas sem perspectiva de fazer grandes viagens, muitas famílias transformaram as áreas comuns do prédio em verdadeiros clubes.

Para evitar aglomerações sem frear os momentos de descanso e descontração dos moradores, administradoras e síndicos apostam em aplicativos que organizam a rotina do condomínio.

Presidente executivo e fundador da startup LAR.app, Leonardo Boz diz que os aplicativos garantem transparência e agilidade. “Acaba a necessidade de usar um pedaço de papel na portaria em que o zelador, ou o porteiro, tinha de anotar e fazer uma agenda com as reservas”, explica. “Se mantivéssemos essa lógica, as pessoas iriam desistir de usar as áreas comuns pela falta de conveniência do processo ou os funcionários ficariam malucos com o volume de requisições com que teriam de lidar diariamente.”

De acordo com o Group Software, especializada no desenvolvimento de sistemas para condomínios, houve um aumento de 85% nos agendamentos em seu app. “A criação de uma agenda para utilização de espaços como academias e piscinas, que anteriormente não precisavam ser reservados, se tornou urgente”, diz Carlos Henrique Rocha, responsável por maximizar o valor resultante do produto. “Assim, é possível atender à demanda e garantir que um número seguro de pessoas utilize o espaço de forma compartilhada, aceitando um termo de uso e se comprometendo a seguir os protocolos de segurança.”

Além disso, como o risco de contágio exige constante limpeza e esterilização dos objetos, o sistema cria intervalos entre as reservas para que os funcionários preparem o espaço para o próximo grupo.

O caso do aplicativo da Cipa, gestora de 1,3 mil prédios no Rio de Janeiro, cada condomínio define a configuração das funções disponibilizadas, que vão de reservas à segunda via de boleto. “Essa facilidade, além de agilizar todo o processo, evita erros comuns, como a duplicidade de horários”, diz Pedro Kurpan, gerente comercial da administradora.

Outra que investiu no agendamento digital foi a Lello Condomínios. “Verificamos um aumento de 10% das áreas reservadas cadastradas no nosso sistema”, conta Angélica Arbex, gerente de marketing e inovação.

Alívio para os síndicos. Em um período de tantos desafio para os condomínios, com as famílias diariamente dentro de casa, a solução é uma mão na roda. “Onde tem academia, por exemplo, o aplicativo ajudou muito nessa organização, porque o funcionamento é simples”, conta a síndica profissional Cristiane Pierre, proprietária da Eficaz, que faz gestão de 28 prédios em Curitiba.

A rápida adaptação ao aplicativo foi um alívio também para a empresária Laura Oliveira, síndica de um prédio na Chácara Klabin, bairro da zona sul de São Paulo, que incluiu fotos convidativas de cada área comum na plataforma para que as pessoas se sentissem seguras e estimuladas a descer.

O aplicativo garante a reserva de uma família por vez, com uma hora de uso para limpeza. “Tive zero problema”, comenta Laura. “Claro, as pessoas também estão sendo proativas e se comprometendo com o estipulado. Ninguém fica mais tempo e, se a gente vê que tem alguém sem máscara pelas câmeras, já notifica.”

Outra vantagem de adotar um aplicativo, de acordo com José roberto Graiche Jr, vice-presidente do Grupo Graiche, é que o fluxo de trabalho do síndico e dos funcionários não é interrompido. No caso da administradora, cujo aplicativo registrou aumento de 430% nos acessos com a reabertura das áreas comuns, em setembro de 2020, já são 24 mil usuários, além dos 93 mil moradores que fazem reservas pelo site.

Fonte: Estado de São Paulo