Dia do Idoso: respeito, acessibilidade e gratidão

No dia 1º de outubro comemora-se o Dia do Idoso, pessoa que possui idade igual ou superior a 60 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A data marca o dia em que a lei n°10.741 (Estatuto do Idoso) entrou em vigor no Brasil.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem, no país, mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, o que corresponde a aproximadamente 13% da população. Mas a combinação da queda da taxa de fecundidade com a elevação da expectativa de vida tem provocado o rápido envelhecimento populacional, e esse número deve chegar a 25,5% dos brasileiros até 2060.

Esse quadro nos impõe uma série de desafios e para o SIPCES é fundamental reforçar a importância da proteção a essas pessoas, a fim de reavaliarmos nossa atitude com relação aos idosos, sobretudo em alguns aspectos relacionados ao dia a dia nos condomínios.

Uma realidade vivida em todos os aspectos pelo senhor Sandoval Salgado Sobrinho, 75 anos, síndico há dez anos do condomínio do edifício São Francisco, em Vitória. Mais de 60% dos moradores do prédio são idosos, o que requer cuidados e ações diferenciadas.

“A colaboradora do condomínio precisa dar um tratamento diferenciado, em pensamento e atitude. O cuidado é especial, com boa vontade em ajudar, ter mais paciência em algumas abordagens, atitudes que vão desde abrir uma porta a ajudar com a compra”, aponta Sandoval.

Outra atitude comum adotada é sempre fazer contato com os moradores, uma vez que alguns dos idosos moram sozinhos.

Um dos desejos do Sandoval é a mudança no tratamento dado ao idoso, dentro e fora dos condomínios. “As pessoas precisam respeitar mais quem está na melhor idade. As ações no dia a dia, o respeito, o reconhecimento aos feitos das pessoas. Todos precisamos estar mais preparados para tratar e acolher os idosos nos condomínios, no comércio, nas ruas. O jovem e os adultos de hoje precisam pensar que são os idosos de amanhã, e o que eles estão fazendo para melhorar essa convivência e mobilidade?”.

AVANÇOS COM A LEI DO IDOSO

A publicação da referida lei representou grande avanço para a garantia dos direitos fundamentais dos idosos, entre os quais estão o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Sua concepção geral informou várias políticas públicas consolidadas, posteriormente, em diversos campos da atuação governamental.

Essa realidade já é percebida nos condomínios, onde o número de pessoas idosas morando sozinhas também tem aumentado. Fato que tem chamado a atenção dos condomínios, construtoras e incorporadoras, que têm apostado cada vez mais em empreendimentos com ambientes acessíveis e planejados para todas as necessidades da terceira idade.

Atente-se aos principais itens e veja as adaptações que podem ser feitas no seu condomínio.

1. Segurança e acessibilidade

Disponibilizar rampas de acesso, corrimãos, elevadores, piso antiderrapante, escada de alvenaria nas piscinas, adaptação de banheiros e portas maiores para cadeirantes são itens fundamentais em qualquer condomínio. Outro ponto de atenção é nunca deixar áreas mal iluminadas ou com luzes queimadas para evitar acidentes.

O assunto ACESSIBILIDADE é tão sério que há até uma norma técnica que trata sobre o tema de acessibilidade: a NBR 9050, de 2004. O documento não é específico para idosos, mas a ideia do chamado desenho universal é que ele sirva para todos, seja um idoso, uma pessoa com necessidades especiais, problemas de locomoção, ou, inclusive, uma criança, um jovem ou um adulto.

2.  Colaboradores

Todo condomínio deve ter ao menos um funcionário, por turno, capacitado para realizar procedimentos de primeiros socorros, quando necessário. Isso vale para os colaboradores próprios ou terceirizados. Equipamentos e acessórios devem ficar em fácil acesso e nas condições perfeitas de uso.

3. Bem-estar

Muitos idosos são ativos, por isso o condomínio pode oferecer atividades pensadas para entreter esse público. Aulas de pintura, dança, manejo de hortas, concursos e gincanas diversas devem ser estimuladas. Além disso, criar espaços direcionados aos idosos como equipamentos de ginásticas próprios, áreas verdes para passeios ou, até mesmo, a disposição de mesas para carteados, xadrez, dominó e bingos recreativos são opções que garantem a diversão desses moradores.

4. Contatos dos familiares

Criar condições seguras de moradia é essencial para os idosos viverem bem nos condomínios. Mas um outro ponto de muita atenção é conhecer quem são esses moradores e identificar quem precisa de mais atenção ou ajuda. Além disso, os administradores do condomínio precisam levantar todos os dados possíveis do idoso, como descobrir as limitações e possíveis doenças, para melhor agir em caso de emergências. Ter sempre em mãos os telefones de familiares e amigos para possível contato também é primordial.


EM VITÓRIA, LEIS COMBATEM A VIOLÊNCIA

O combate à violência doméstica ganhou reforços que buscam facilitar e aumentar o número de denúncias.

São leis que imputam sobre os síndicos e administradoras a responsabilidade da denúncia, a partir da ciência do ocorrido, e outra que dispõe sobre a divulgação de canais de disque-denúncia nos condomínios.

Frente a isso, síndicos e administradoras de condomínios devem ficar bem atentos às leis Nº 9.653/2020LEI Nº 9.674/2020. (Clique aqui e veja outra matéria publicada pelo SIPCES sobre o assunto).

Enfim, as pessoas mais velhas precisam ser reconhecidas pelo que já fizeram pela coletividade. Entretanto, é necessário ir muito além: é fundamental que se criem, cada vez mais, espaços e oportunidades para que suas experiências de vida e de trabalho, assim como suas vivências culturais e afetivas, sejam compartilhadas com toda a sociedade.

E não há nenhuma forma de habitação mais comunitária do que um condomínio.

Aos idosos, todo o reconhecimento do SIPCES.