Tecnologia vai substituir porteiros

O avanço da tecnologia proporciona grandes transformações em cenários que, por muitos anos, fizeram parte da rotina das pessoas. Essa inovação chegou também aos condomínios residenciais, quando o assunto é segurança, e afeta diretamente os porteiros, que são substituídos por dispositivos eletrônicos.

Atualmente há 4.500 condomínios na Grande Vitória e, desses, cerca de dois mil devem migrar para esse novo modelo nos próximos três anos. É o que preveem especialistas.

Há dois sistemas que têm sido usados em condomínios: Portaria Virtual (remota) ou portaria eletrônica (autônoma).

Economia chega até 65%

Um dos principais atrativos que têm feito com que muitos condomínios optem por dispensar o trabalho de porteiros e substituir pela tecnologia é a economia. Segundo os especialistas, dependendo da escolha do sistema, ela pode chegar a 65%.

O presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas Administradoras de Condomínios no Estado (SIPCES), Gedaias Freire da Costa, afirmou que a substituição tem sido a saída para muitos reduzirem o valor do condomínio.

“Hoje, quem opta por manter porteiro tem que pagar pelo menos quatro funcionários, o que daria pelo menos R$ 10 mil com esses profissionais por mês.”

Ele ressaltou que, se o condomínio opta pelo porteiro virtual, ele consegue reduzir o valor em cerca de 50%. Já no caso da portaria eletrônica, aquela que cada condômino tem sua senha de acesso, controle ou tag para entrar, a economia é ainda maior. “Nesse caso, o condomínio paga apenas pela instalação do sistema e manutenção. O valor é muito inferior.”

Ele reforçou, no entanto, que os moradores que escolhem a portaria eletrônica, autônoma, precisam reforçar os cuidados e a conscientização das regras de segurança, pois fica a cargo deles regular a entrada e saída de pessoas, assim como fechamento de portões.

Ele também reforçou que a portaria virtual ainda não se enquadra em todo tipo de condomínio, por isso deve ser avaliada em conjunto pelos condôminos. “Ela não é muito utilizada em condomínios grandes, com volume de acesso e de entrega de mercadorias, assim como em prédios com muitos idosos.”

Busca por novas profissões

Gedaias Freire da Costa também reforçou a necessidade dos profissionais que continuam atuando se reciclarem.

“O perfil do profissional que atua na portaria mudou muito. Se você pensar, há 20 anos, havia porteiroa analfabeto ou semianalfabeto. Hoje, ele não é mais aceito. O trabalhador de hoje tem, pelo menos, o ensino médio. Ele tem de saber ler e escrever muito bem, analisar imagens das câmeras de videomonitoramento, ter noção de segurança.”

Segundo ele, mesmo assim, o mercado é cada vez mais restrito, por isso muitos acabam tendo de mudar de área.

Fonte: Jornal A Tribuna