Prepare o seu condomínio para o período de chuvas

As águas de março estão chegando, e com elas as atenções dos síndicos e administradoras de condomínios devem ser redobradas em todos os detalhes, a fi m de evitar prejuízos e aborrecimentos como as quebras de equipamentos, alagamentos, infiltrações, entre tantos outros. A chuva tem consequências que podem ser bem custosas para o condomínio que não se prepara.

Para evitar possíveis prejuízos materiais é importante que o síndico realize a manutenção periódica dos equipamentos ao longo de todo o ano. Mas se no seu condomínio essa vistoria não foi realizada, ainda dá tempo de evitar o pior quando as fortes chuvas chegarem.

O primeiro passo é verificar como está a limpeza do sistema de captação e escoamento de águas pluviais do seu condomínio. Todo o sistema deve estar operante. Para isso, deve ser realizada a desobstrução e limpeza de calhas e
condutores, caixas de passagem, caixas de captação do sistema pluvial, sistema de drenagem, que faz a captação da
água do subsolo, e a limpeza e desobstrução dos buzinotes, que são as saídas dos sistemas de drenagem dos muros. Se, eventualmente, existirem canaletas, elas também devem estar limpas e com o direcionamento desimpedido para a área correta.

Outro ponto importante são os poços de captação de água dotados de bomba de recalque para expulsá-la do prédio. É preciso verificar se o poço está limpo, e se as bombas das águas servidas também estão operantes. As redes de drenagem também devem estar sempre limpas e inspecionadas periodicamente, sobretudo nos períodos mais chuvosos do ano.

“Quanto mais rigoroso o síndico e as administradoras foram na realização das vistorias periódicas, menos trabalho eles terão agora. A manutenção dos equipamentos é de extrema importância, principalmente agora, quando estamos perto de um período de chuvas”, orienta o presidente do SIPCES, Cyro Bach Monteiro.

Já para evitar as infiltrações é preciso um esforço conjunto entre síndicos e moradores. Ao síndico cabe cuidar da
desobstrução e limpeza dos ralos e rede de água pluviais, verificar a eficiência da drenagem dos jardins e jardineiras, proteger as portas sujeitas a “chuva de vento” e cuidar do revestimento das fachadas e empenas.

Já o morador deve cuidar da limpeza dos pavimentos comuns e, na sua unidade, manter portas e janelas fechadas. Se for morador de cobertura a atenção deve ser redobrada, pois em área reduzida um ralo obstruído pode levar água para dentro da unidade rapidamente.

O aparecimento de umidade ou vazamento geralmente são indicados por bolhas ou manchas nas paredes. Sinal de que o condomínio pode estar tendo problemas relacionados a infiltrações.

Na parte elétrica, recomenda-se especial atenção com os para-raios, que são obrigatórios. O sistema deve estar instalado no ponto mais alto da edificação, inclusive acima das antenas. A orientação é para que as instalações dos prédios sejam verificadas pelo menos uma vez por ano, para se observar as condições dos suportes, conexões e aterramento.

Também é aconselhável que todos os itens que podem se soltar e voar estejam devidamente afixados, uma vez que junto com as fortes chuvas há o registro de muitos vendavais. Quanto às árvores, caso haja qualquer suspeita de risco de queda, deve-se acionar a prefeitura e solicitar a poda preventiva.

Mas não só: O síndico também deve contratar um seguro com cobertura ampla e se certificar de que está cumprindo todas as obrigatoriedades, sendo a principal delas o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Depois do temporal, é necessário esperar os equipamentos elétricos secarem para utilizá-los, por causa do risco de choques e curtos-circuitos. Dessa forma, evita-se ao máximo os possíveis perigos causados na estação de chuva. E claro, conferir se o bom funcionamento desses equipamentos não foi afetado.

O QUE FAZER?

- Limpe todos os ralos, grelhas, calhas nos subsolos, térreo e topo do prédio.
- Verifique todos os toldos, coberturas, telhados, luz piloto e antenas.
- Verifique a saúde das árvores, arbustos e solicitar na prefeitura as devidas podas.
- Faça a revisão geral do gerador com troca de óleo, filtros e limpeza do tanque de combustível, após abastecer.
- Testar e verificar todo o sistema de iluminação de emergência, com revisão de lâmpadas e, em caso de baterias, se estas estão com vida útil adequada, caso contrário providenciar a troca.
- Revise todos os quadros de elétrica.
- Confira as bombas que fazem a retirada de água do prédio, as bombas de poços.
- Faça a limpeza do poço do elevador, revisando se não há infiltração ou água empossada.
- Verifique se todo o encanamento está identificado para ação rápida, em caso de necessidade de fechamento imediato.
- Revise o sistema de segurança abastecido pelo gerador, em caso de falta de energia.
- Revise os portões, verificar se o sistema elétrico/eletrônico está protegido das chuvas e aterrado, além de estar sendo alimentado pelo gerador em caso de falta de energia.
- Limpe a tubulação de água de chuva e esgoto, caixas de esgoto no térreo e drenos nos jardins, fazendo com que fiquem livres e evitando problemas nos apartamentos mais baixos ou na área comum do prédio.
- Verifique o topo do prédio, garagens e térreo evitando que tenhamos vazamentos ou infiltrações.
- No caso de portaria virtual/remota, faça uma reunião com a empresa para criar o procedimento de emergência para possíveis problemas de comunicação, como duplicar a forma de comunicar acesso em caso de falta de energia.
- Após cada chuva, verifique se existe água acumulada nas áreas comuns e em objetos como vasos de plantas e nos brinquedos do playground.