Elevação de taxas aumenta inadimplência em condomínios na Grande Vitória

Reportagem Fiorella Gomes - Rádio CBN 

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Com a crise financeira batendo à porta, condomínios da Grande Vitória estão adotando medidas para abaixar as taxas mensais e evitar aumento no número de moradores inadimplentes. A principal medida não foge ao exemplo de grandes empresas privadas: a folha de pessoal é a primeira a sofrer cortes. Neste contexto, as portarias eletrônicas estão ganhando mais espaço e substituindo o tradicional porteiro.

Em média, a taxa de condomínio mensal na Grande Vitória sofreu um reajuste de 10%. O aumento se deu principalmente devido ao pagamento de funcionários. Os gastos para manter um quadro de pessoal com no mínimo cinco pessoas - quatro porteiros e uma faxineira - gira em torno de R$ 12 mil mensais, segundo Gedaias Freire da Costa, vice-presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces).

"Nós tivemos aumento na folha de pessoal em torno de 9% em abril, do salário mínimo em janeiro, e isso impacta nos contratos com contador, com prestador de serviços da área de bombeamento, jardinagem, elevador. Alguns condomínios têm advogados contratados. Estes custos, em sua maioria, estão vinculados ao salário mínimo. É um valor bastante elevado e vários condomínios não têm condições financeiras de arcar com esse custo", explicou à Rádio CBN Vitória.

Conta

Em uma conta rápida é fácil perceber a sobrecarga da folha de pagamento sobre a taxa condominial. Se você colocar um custo de R$ 12 mil, com todos os encargos, para um condomínio de 12 moradores, eu tenho uma taxa só com pessoal de R$ 1 mil. Um condomínio com 24 apartamentos, eu tenho R$ 500. A taxa fica em torno de R$ 2 mil somente com pagamento de funcionários, para conjuntos com seis apartamentos, por exemplo.

Gedaias observa que, por causa dessa situação, os condomínios estão trocando a segurança oferecida pelos porteiros por aparelhos eletrônicos.

"Então, eles estão adotando o sistema de monitoramento, portaria virtual, cercas elétricas, senha de acesso. Ou seja, o próprio condômino mantém a sua segurança de acordo com as regras aprovadas por todos. Nós temos duas formas de portaria eletrônica: a portaria virtual, que é uma empresa que faz todo o monitoramento do condomínio e o acesso de pessoas. Ele vê as imagens à distância e libera a entrada. Já nos condomínios de pequeno e médio porte, com até 24 apartamentos, estão adotando senhas de acesso. Ou seja, eu digito a minha senha e acesso a minha área interna", afirmou.

Segurança

O custo com câmeras de videomonitoramento é bem mais vantajoso. O preço médio de um equipamento desses é de R$ 250. O presidente do SIPCES e também síndico Cyro Bach Monteiro adotou a medida em seu condomínio e teve uma economia de 40%.

"Nós não tiramos 100% os porteiros, mantemos em um horário diferenciado 7 às 21 horas. Só com a retirada com os dois funcionários noturnos eu cai de uma taxa de mil e 50 reais mensais para 600. É bem significativo", afirmou.

Outras medidas também estão sendo adotadas para controlar o consumo de energia, que sofreu aumento das taxas. Apesar da crise, o número de inadimplência nos condomínios não aumentou. Segundo Gedaias, o número de condomínios inadimplentes se mantém em 15%.